À medida que mais pessoas buscam reconectar-se com a natureza, torna-se necessário preservar esses preciosos recursos naturais. Nesse contexto, surge o polêmico assunto sobre o uso do ‘Shit Tube’, também conhecido como tubo para resíduos humanos (cocô).
Esperamos fornecer uma visão abrangente dessa prática e seu potencial para que futuras gerações usufruam da natureza, assim como nós.
Agradeço à Clau do projeto @cienciasnastrilhas pelas informações e ajuda.
Neste vídeo eu explico detalhadamente sobre “Como usar o Shit Tube”
Como fazer um shit tube?
Inicialmente, recomendava-se fazer o Shit Tube com um cano de PVC. Com o tempo, surgiram maneiras mais práticas, leves e econômicas.
Dessa forma, uma boa opção é usar um pote que possa ser lacrado, como por exemplo: potes de whey protein, creme de cabelo ou toddy. Portanto, escolha o tamanho conforme a sua necessidade.
Além disso, tem a opção de um saco estanque resistente, embora eu considere menos seguro.
Também é possível usar uma lixeira portátil, como a Lixeira Portátil Outdoor Gaia (LPO), que serve tanto para dejetos, quanto para resíduos (lixo).
No vídeo abaixo eu explico como funciona!
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Onde é obrigatório o uso do Shit Tube?
A exigência do uso do “shit tube” em alguns parques no Brasil pode ser motivada por várias razões, incluindo:
- Preservação ambiental: O uso do “shit tube” ajuda a minimizar a poluição causada pelo descarte inadequado dos dejetos, garantindo que essas áreas permaneçam limpas e preservadas.
- Mínimo impacto: Em locais remotos ou de difícil acesso, onde não há infraestrutura sanitária, os “shit tubes” minimizam o impacto humano no ambiente. Esses dispositivos permitem que os visitantes carreguem seus dejetos para descarte adequado, longe das áreas sensíveis.
Os “shit tubes” são obrigatórios em locais como o Monte Roraima, Aconcágua, Everest e durante o pernoite na parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional do Itatiaia e na Serra da Mantiqueira. Em alguns lugares, seu uso é apenas recomendado.
Esta lista pode mudar com o tempo, então verifique no site oficial dos parques ou com um guia local para obter informações mais recentes.
Quando e onde devo usar o Shit Tube?
Se você planeja um trekking com acampamento na montanha, onde não há banheiro e o local recebe um grande número de visitantes, o uso pode ser obrigatório ou recomendado.
Vale lembrar que em alguns parques, já é obrigatório; portanto, sem o kit Shit Tube, o visitante não pode realizar o trekking.
É só cavar um buraco e enterrar as fezes
Vale lembrar que nessas áreas a decomposição da matéria é lenta, devido ao clima frio e o solo que geralmente é composto por terra e pedras, se tornando difícil cavar um buraco com 20cm para enterrar os dejetos.
Embora a prática do “buraco de gato” seja válida em vários lugares, tornou-se um problema em locais onde o turismo é alto, o solo é maciço e a taxa de decomposição da matéria é baixa, como nos campos de altitude.
As fezes humana vira adubo?
Nossas fezes são compostas por água, bactérias e substâncias não digeridas pelo organismo, tornando-as tóxicas.
Além disso, antes de ser dissolvido e eliminado pelo ambiente, a chuva pode criar um rastro de bactérias e poluir à água que bebemos na montanha, afetando os animais, causando impacto visual e odor desagradável.
Muitos pensam que as fezes são simples restos de comida que não foram digeridas. No entanto, elas são compostas por água e bactérias, muitas das quais ainda vivas (Fonte: Revista Galileu).
E as fezes do animal silvestre?
A dieta dos animais silvestres é diferente da nossa. Além disso, as fezes de muitos animais que contêm substâncias naturais encontradas na natureza, são dispersoras de matérias que auxiliam na regeneração da mata nativa.
Os patógenos – vírus, bactérias e parasitas – presentes nas fezes dos animais locais são comuns daquela área. Nossas fezes podem carregar parasitas incomuns ao ambiente. Por isso, podem contaminar o solo, à água e os animais.
Como fazer o descarte dos dejetos?
As informações sobre o descarte ainda são desencontradas e gera uma série de discurções, principalemte porque cada região demanda uma estratégia.
No entanto, o principal objetivo é retirar os dejetos das áreas sensíveis e descartar no lixo, que será encaminhado para um aterro sanitário.
Certamente que a melhor opção seria enterrá-los em um local apropriado. Entretanto, sabemos que nem todos têm acesso a uma área segura para realizar esse tipo de descarte.
Sugiro que se informem sobre as indicações de descarte na região onde pretendem fazer o trekking, pois alguns guias oferecem orientações mais precisas.
Não é recomendado descartar no vaso sanitário, pois isso pode causar reações químicas (devido à cal) ou até mesmo entupir o vaso sanitário.
Lembre-se que não é sobre não gerar impacto, mas sobre gerar mínimo impacto nas áreas sensíveis.
